domingo, 8 de julho de 2012

SELMO VASCONCELLOS








Selmo Vasconcellos nasceu no Rio de Janeiro, RJ. Reside em Porto Velho, RO desde 1982. Administrador e Jornalista. Poeta, cronista, contista, antologista e divulgador cultural.


MATA


Hoje me matas
violentamente
com este machado.

Mas,
amanhã das minhas flores
te farão uma coroa,
do meu caule
tua urna mortuária.

Aí sim,
irás ao encontro
da minha raiz.
*


ATRAÇÃO
A TRAIÇÃO


Tão semelhantes
Porém tão distantes.


*
Tibete
Mundo longe
Mudo monge.

*
Século XVIII
Fomos amantes
Século XIX
Ficamos distantes
Século XX
Somos amantes.



O HOMEM NO MEIO SOCIAL


O Homem com toda fortaleza
é um fraco.
Enquanto está bem esconde
sua fraqueza.
Quando está só
Busca em Deus que tenha dó.

Reza, promete, implora,



.

MICHÈLE SATO





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É apaixonada pelo surrealismo, compreendendo que não é mera tendência ou escola da arte, mas um movimento político que autoriza os sonhos rumo à revolução dos sentidos. Atua como professora e pesquisadora na filosofia da arte e do ambiente, é sonhadora por um planeta de todos, apaixonada pela vida e sua palavra
chama-se ESPERANÇA.



na dança
em círculo
o mito
na superfície lisa
a esfera criava
Eros, o amor
no cósmico
desenho
o rito
no espaço de brisa
o cometa voava
Orpheu, o canto
Gaia...
pela vida
o grito!

~ Michèle Sato: Orpheu
(Para Herman de Oliveira)

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I. ÁGUA DE MONET


na água que deslizava suave
a espuma levava o esperma
azul na travessia de amar
com o rio encontrando o mar



II. AR DE MAGRITTE


uma brisa tocava os peixes
e o beijo assim foi dado
primeiramente pelos olhos
como nuvens sem ferrolhos


III. FOGO DE VAN GOGH

o vento assoprou a chama
e o lume errático explodiu
como se a paixão imanente
queimasse em mito ardente

IV. TERRA DE DALÍ


encontrou o óvulo em cores
no erotismo no meio do barro
e na terra livre que fecundou
o caracol andarilho assim amou

~ Michèle Sato: CARA-COL

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Brisa esvoaçante
na saudade de espuma
nuvens de algodão-doce
canto do vento
feminino
ar
pensamento
sonho em ninar
a esperança frenética
a ninfa do bosque
poesia de acalento
mulher
brisa
movimento

~ Michèle Sato: a ninfa e o vento


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