segunda-feira, 28 de maio de 2012

†††Me Morte†††






Poetisa


Eu sou tétrica?
Eu sou triste?
Eu sou a Poetisa do Portal...
Eu sou o que não posso ser...
O mundo é feio!
Eu tenho coragem pra dizer!
A vida é sádica...
Encaro a Morte como amiga...
Pra ser feliz...
Pra ser Vida!


†††Sou Me†††


Inexplicável que te amo...



Como explicar?
Estava ali,
Teu cheiro, teu jeito,
Inspirando noites imensuráveis
Em que meu corpo asfixiava o teu.
Era um mundinho à parte,
Poesia misturada a sexo,
Formas e sons desconexos,
Epilogando uma história de amor.
Eu era feliz,
Os brados dos ignorantes
Ruminavam altivos lá fora
E mesmo o contorno da aurora
Me cegava os olhos confusos.
Dou vida pra te ter,
Dou ar pra te viver
Teu ser me basta, e como!
Por alguns momentos sou feliz
E o mundo corre lá fora...
Inexplicável que te amo...


Conto

O dia em que o tinhoso partiu dessa para melhor...


Enquanto isso, lá no portal, onde a vida quase termina...No Bar do Seu Joaquim:
-Eu tomei todas! Vodka, cachaça da boa, cerveja pra arrematar e batidinha de leite moça.
To numa boa, vendo elefante cor de rosa e jacaré no espelho. Disse o homem.
-Porra! Vou riscar um fósforo então...Disse o tinhoso.
-Não! Espera...Ainda tem algo que não bebi.
-O que?
-Refrigerante com gasolina.
-Acha que ainda tem fígado para isso?
-Tenho o direito de tentar, não tenho?
-Claro! Vá la...Beba!
-Se acabe, você quer dizer não é?
-Como?
-Sim. Seu urubu! Fica na espreita. Só para comer os restos, abutre!
-Ora, ora...O alcool fazendo seu discurso! Já vi essa novela antes.
-Viu? Pois então foi o último capítulo. Cai fora! Aqui não tem carcaça, xô!
-Santa arrogância! Daqui minutos estará morto. Disse o tinhoso.
-Tenho direito a um último desejo?
-Ora, isso é história da carochinha!
-Não me diga! Eu sempre ouvi dizer que um morimbundo tinha direito a um último desejo.
-Não choramingues! Ok! Diga seu último desejo, eu te concedo.
-Quero que você faça comigo o teste do copo.
-Eu? O que?
-Sim. Teste do copo. Tomamos todas. O primeiro que cair leva o outro.
-Espera! Se eu levar você será para o infer...quer dizer, para o outro lado da vida. Mas, e você? Para onde vai me levar?
-Tem medo?
-Eu? Medo? Ora seu...Eu jamais sinto medo. Ok. Topado.
E começaram a beber. Caipinha de vodka, vinho seco, doce, rum, gim e o escambau...até Pinga 51.
-Tá caindo desgraçado?
-Eu?...Eu?...hum...
-Cai tinhoso!
E o diabo caiu....
Acordou nos aposentos da Sacha, na mansão da Xuxa.
_Nãooooooooooooo...


Me Morte

Max da Fonseca



Aquariano, nascido em Salvador-BA. Max da Fonseca teve seu primeiro contato com a poesia através de dois amigos, Fabrício de Queiroz e Lucas Matos, sua paixão pela arte foi inflamada por Augusto dos Anjos entre os afagos e escarros deste mesmo. Começou a escrever aos 12 anos e foi muito influenciado por poetas como Castro Alves, Casimiro de Abreu e Gonçalves Dias. Fã de Augusto dos Anjos e de Cazuza, Aos 17 anos, Max tenta conduzir sua poesia tão intensa quanto Augusto dos Anjos e tão ousada quanto Cazuza. Faz questão em focar os coadjuvantes, a escória e o rostos por baixo das máscaras. Sua poesia pode ser tensa.
“Gosto de falar do que sinto, penso ou vejo. A poesia é o meu momento de liberdade, extravaso com palavras minhas dores, amores e saudades. Divido tudo sem pena de fazer feliz ou deprimir.”


FOGUEIRA


O ronco do vento cortante soprando do norte
Arrepia as costas, uiva, transforma, camufla
Os sentidos sentindo os pesares, o frio, a faca, o fogo
A carne assa, os ossos fritam, os olhos fintam (emoção)
O corpo sentado ao chão sujo de uma suja avenida
Chorando lágrimas mudas, suas, camufladas pela chuva.
Sonhos desertificados em miragens, sem coragem, abatido;
Não há brisa -nunca houve-, só tempestade no destino do menino.
Sua fala não é perfeita -quase não fala-, mas toca.
A face é muda de feições murchas, triste, refém (saudade)
Se faz belo em telas de tristezas, não atua, é nato
Não faz pose pro retrato, sem ânimo, sem luzes, é fato
Sua esperança, já cheirada junto à cola, abandonou o coração criança...
Tantas verdades blasfêmias a arder na fogueira,
A sociedade não percebe. Esquece... É guerra!


(Max da Fonseca)

PURO RETORNO


Versos de um pirata
Numa folha de papel reciclado, como o amor,
Escrevo versos limpos (ao menos desta vez).
Limpo toda a sujeira da embriaguez
E descanso o fígado, eterno sofredor.
Brindo o vinho tinto e desembarco em seu porto,
Atraco todos os navios: que venham barcarolas!
Sou pirata em desafio roubando versos da aurora,
Deixando cicatrizes pelo corpo - suado corpo.
E se um dia a morte me disser que vou,
Te deixo a carta, em testamento tudo que não sou:
-jóia rara, flor-de-lis, arco-íris, pureza angelical
Mas se não te agrada; contorna, não demora,
Levo embora tudo que não quis, e te deixo agora:
-os músculos, a carne, o olho de vidro e a perna de pau.



(Max da Fonseca)

domingo, 27 de maio de 2012

LUH OLIVEIRA





BIOGRAFIA


Luh Oliveira, pseudônimo da baiana Luciana Oliveira, nascida em Ilhéus, terra de Jorge Amado. Revelou seus versos para o mundo virtual em 2005, e desde lá tem publicações em sites de literatura, e-books e em algumas coletâneas: Coletânea Komedi (2007), Casa do Poeta Rio-Grandense- 42 anos(2006) e 43 anos (2007) e Poesia do Brasil, volume 6. Participa do Congresso Brasileiro de Poesia desde 2006. É coordenadora do Proyecto Sur-Brasil e do Sarau Almadepoeta.com , ambos em sua cidade.


Poema – instante


Profundo silêncio da madrugada
um ruído-inquietação em meu peito
Desligo o computador
por vezes, único companheiro
nas solitárias noites sem fim.
Percorro os cômodos da casa
Confiro se tudo está bem fechado
( Tempos em que bandidos ficam soltos
e inocentes presos em suas celas)
Paro diante do quarto das crianças
Tudo tão quieto!
As camas perfeitamente arrumadas
Todos os bichinhos de pelúcia no lugar
Os livros uniformemente organizados na prateleira
Nenhuma sandália espalhada pelo chão...
Por alguns instantes saio de mim mesma
E viajo em um tempo transcendental
Parada diante do quarto
Vejo berço, móbiles, fraldas
Escuto chorinhos dengosos
Seios fartos de leite-vida
Sinto o perfume lavanda-bebê..
As camas vão chegando
Os sapatinhos aumentam de tamanho
( como aumentam rápido!)
Chegam os uniformes escolares
As mochilas do Piu-piu
As paredes riscadas com garatujas
Os livros ilustrados preenchendo toda a estante
Chegam os diários
O rosa das colchas e lençóis muda de tom
No lugar das bonecas
Um mp3 em alto e bom som
Chegam as chaves das portas
E todos seus segredos
O salto alto, o volante
A coragem e todos os medos
No porta-retrato chegam as imagens masculinas
Os livros de histórias tornam-se romances
Os desenhos livres transformam-se em poesia.
O som das risadas e das temidas lágrimas
Os sonhos para o futuro
O eterno discordar de tudo
E seguir seu próprio destino...
Naquele breve instante
Ali
Parada
Diante do quarto
Vejo o tempo diante de meus olhos
E estive presente a cada segundo
Como anjo da guarda
Como mãe ou como fada
Errando para acertar
Amando só por AMAR..
Peço com força a Deus
Que as flores que de mim brotaram
Sejam muito melhores
E mais feliz que eu.


Primeira vez


Já andei descalça na chuva
Já comi dez cachos de uva
Já caminhei à noite na praia
Já andei de moto de mini-saia
Já chupei manga verde com sal
Já comi bolo até passar mal
Já fiz castelos de areia
Já contei segredos pra Lua Cheia
Já escrevi nas pernas um poema
Já tomei banho de alfazema
Já engasguei comendo pipoca
Já cortei o dedo ralando mandioca
Já li um livro inteiro num só dia
Já me embriaguei de tanta poesia
Já saí na noite sem destino
Já tentei tocar violino
Já contei as estrelas do céu
Já pintei meus cabelos de mel
Já amei, desamei, briguei, chorei
Já casei, xinguei,cantei, dancei
Já fiz tanta coisa na vida
Mas amar alguém assim
Como amo você
É a primeira vez.


Re feição


A noite abre a garganta
sua bocarra embranquecida
deglute grão a grão
todos os medos
Serve-se da melhor safra
de lágrimas antigas
gole a gole
sorve requintado sabor
Após refeição
saboreia fatias
de solidão
recheadas de sonhos
in constantes
Levanta-se calma
É hora de alimentar as manhãs.

Luh Oliveira

** Gaivota **





*IN VERSOS&DI VERSOS*



Olha a geometria do céu...
Assim com asas
faço meu vôo,
assim sem compromisso
traço palavras
Derramo na rubra taça
garganta sedenta de letras

Carrego estrelas e
quatro andam à meu lado
Não faço média
ultrapasso o pão com manteiga
Planto à mesa raios de sol
trago litros de líquida beleza e
generosa porção de agonia(ninguém vive sem ela!)
Algumas dores, muitos desatinos, sorrisos da vida e
lágrimas em profusão,
mas lembrem-se...
Elas são Azuis

** Gaivota**


VAGANDO PENSAMENTOS


Vagando por desertas ruas
ao som do brilho de estrelas
nuas,
converso
com meus pensamentos.
De que matéria formou-se
o primeiro sentido?
Perceber que
algo mais existe
entre veias, sangue,
artérias e órgãos.
Por que sinto este
prazer martelando
a cabeça recheada
de indagações?
Melhor seria
habitar a fumaça
do bar onde bêbadas
gargalhadas
falam a língua
da inconsistência.
Por que escolho
vagar com a presente
existência de meus
pensamentos contorcidos?
Aguardo respostas
simplesmente porque
esta lua que desenha
céus iluminados
sente sono, e pede
aos deuses que a
façam dormir.
Volto, penso, sinto,
abraço minha presença
abro a porta,
respiro a aragem
que me arrepia.
Embrulho-a na magia da noite...
conversaremos amanhã.

** Gaivota **


ESCUTA A CONTA GOTAS


Intenso sussurro
aperta a borda do teclado
a procura do ritmo.
Histórias incontáveis,
dor de pensamentos,
ocupam espaço maior
que meus desejos.
Devorando silêncios
escuta a conta gotas
toda angustia que suspira em mim.
Onde estais criança de desejos?
Onde estais palavras de arpejos?
Onde toca a noite
in sônia mente?


** Gaivota **

Tonho França




...


Algo sobre meus hábitos ...
Minhas roupas estão gastas
As poucas compotas onde guardo meus chás estão quase vazias...
O clico das flores, mudou, assim como o da lua
a noite traz outras canções que acompanham os ventos,
os pontos cardeais ainda podem guiar as pessoas
mas há cores diferentes e intensas no céu
e é perceptível o seu lento processo de envelhecimento
enganam-se os que pensam ser eterno o firmamento
(o céu muda de humor e cor, constantemente)
minhas preces são rápidas, não há santos ou imagens
nem calendários no branco da cal que cobre as paredes
aprendi a não ter lembranças nas estantes, ou em gavetas
e minha mão ter a calma necessária de trabalhar a massa do pão
a lentidão do fogo incinera lenhas finas
enquanto a memória lembra Boby Dilan
Por isso em noites de lua, deixo abertas as janelas
E por vezes, entre assovios de uma outra canção que chega furtiva
Percebo entre os ramos, as videiras, os anjos que talvez já esquecidos
Acendem vaga-lumes que riscam toda a noite, em estrelas de sorrisos...


Tonho França.



HOJE NÃO TEM POESIA


Mas tem café, bolachas
Pão com manteiga.
Uma receita de bolo
Que era de minha avó –
Hoje não tem poesia,
Sobre a mesa, geléia, torradas macias
Toalha de antigo bordado encontra
O passado sobre a cadeira vazia.


Tonho França


AVESSO DE MIM


O avesso de mim, som e silêncio,
Em tom de cinza suave, marfim.
Ora fere, grita, sangrando corta,
Outras vezes cala, ausenta, definha,
Alinha-se em tão torta linha.
O avesso de mim, aflição e sossego,
Em nuances cáqui, relevos de medo.
Ora adere, fere, torna-se inerente,
Outra exala, espalha, inala e flui
Fazendo-se, tão cedo, ausente.
O avesso de mim, claro e escuro,
Em traços rápidos, ora lépidos, seguros.
Ora em versos livres, diz tudo
Que mundo ainda teima em omitir.
Ora calado insiste, e do lado de fora
Assiste ao pouco que resta cair.



Tonho França

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Poetas em destaque

**Gaivota **, Tonho França , Cáh Morandi, Thiers R >, Max da Fonseca, , Angela Oiticica(in memorian), Ivy Menon, Ronaldo Franco, "†††Me Morte†††,Roberto Girard, Ana Kaya, Ivy Gomide, Magaly Grespan, Fátima Cerqueira, Oto Satyro, Michèle Sato, Virginia Fulber, Marina Mayer, Fátima Batista, Cris de Souza, Luh Oliveira,Flávio Mello, Sônia M. Grillo (Baby®), Gilberto Maha, Vitor Damasceno, Cailiny Cunha, Manuel Maria Andrada e Silva, Selmo Vasconcellos, Lola, Vinicius Motta, Rick ' Ricardo Vicente', Edimo Ginot, Jose Carlos Brandão, Compulsão Diária, Giselle Sato, Valete de Espadas ( Jr.),Mauro Veras, Gustavo Adonias, Rosana Banharoli E outros que serão acrescentados com o decorrer do tempo. Nosso blog está em formação e aos poços iremos colocando trabalhos dos poetas acima citados