segunda-feira, 5 de novembro de 2012

LOLA






BIOGRAFIA DE LOLA

"Sou Lola quando escrevo e não sou ninguém quando a esqueço..."
As poesias, são como filhas..


Agridocemente...


O fio da palavra, talha
corta, marca, traça
risca da pele seu céu
bebe o sangue derramado
suga a sede, desfaz o abrigo
expõe a carne dilacerada
sente, se delicia com fel
sentença em cruéis palavras
faca insinuante, afiada
letras inocentes ou navalhas
lendas, lidas, lindas, alienadas
ilusões, meros massacres
despindo a alma e seus lacres
rasgando seu terno encarnado...

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Medo...


Tenho medo do calor
que congela minha alma
Medo do que faz me falta...
Medo de me embebedar no fel
revestido de mel,
Medo da luz que me cega,
e minha carne, revela..
Medo sem meios,
entre meios, na veia,
Medo de ser real,
de arranhar-me,
de rasgar-me,
de sangrar,
Medo de ouvir,
um não, um sim,
Medo do visível,
Im pre vi sí vel...
Medo do doce sabor
recheado de dor,
Medo de acertar
tentando errar...
Medo do meu choro,
no gozo....
O medo? De amar...
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Insone

E ainda assim, surgiu a noite
Veio como não se fosse escura
Mascarou com estrelas acesas
O breu que impregnava as ruas
Não ouviu meus lamentos, se fez foice
Trancou as portas do dia, serviu a mesa
Sorrindo lascivamente, trouxe a lua
Brindou com o orvalho minhas dores
Escorreu lentamente seu leito
Nas doze badaladas noturnas,
Deixou meu presente, um ontem desfeito
Preparou meu amanhã, um hoje soturno
Dormiu quando o sol nascia
E aqui dentro do meu peito
Mais uma ilusão morria...

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Pecado...


Rubra é a cor que te cobre
doce fruto suculento
Seu aroma faz a oferenda
A língua entre os lábios se move
Salivante entre os dentes
Em desejos se contorce
Sedenta, faminta, seduzida...
A boca se abre lentamente
Lambisca, mordisca
A pele carmim
A carne macia,
Degusta
O néctar exalado,
Cheiro, delírio
Inalado,
Saboreada
fruta do Cio
Ontem, hoje
Amanhã
Maçã...
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