quarta-feira, 27 de novembro de 2013

TOUCH ME - Um Conto em Parceria






Thiers Rimbaud e Simone Rocha


LEIA O CONTO OUVINDO




TOUCH ME

>
“- Que dia complicado, inda preciso ir na casa da Bel falar com ela, estou precisando de conselhos urgentes, ela sempre foi boa ouvinte.”

Quase às 21 horas toco a campainha do apartamento e imediatamente ela me abre a porta mas fala ao telefone. Olha-me, dá uma piscada e desliga.

“- Entra, e me espera aí. Se importa de antes de conversarmos eu tomar um banho? Acabei de chegar da rua e estou toda melada de suor.

No barzinho tem bebida, pode servir-se à vontade.”
Puxando a mochila cheia de penduricalhos, Bel desaparece pelo corredor, percebo que pára e ouço o barulho da água do chuveiro.

Imagino-a tirando a roupa colada de suor ( o dia estava super quente).
Imagino que entrou no banho e por minhas narinas sinto o cheiro de sabonete misturado ao vapor da água, em meus pensamentos delineio seu corpo molhado, puro pecado! Começo a me remexer na poltrona agoniado, afinal a agonia é um de meus traços.
A água desliga e o cheiro do banho recém terminado me invade totalmente.
Ainda respingando ela saiu do banho, pegou o frasco de perfume e espirrou, a blusa levemente molhada grudava em sua pele e faziam com que suas formas ficassem quase nítidas. Olhou-me e disse: “- Fala querido.”

A voz arrastada, quase como sussurro deixou-me tonto.
Pensei:
“ - Quem é você que chega assim como uma brisa de noite parisiense?
“ - Quem é você que quase assopra meus cabelos com o leve toque de um beijo? “ - Quem é você que arrepia os pelos de meus braços?

Por favor, touch me...”

Peguei-me pensando estas coisas sobre uma amiga de anos....
Bel se aproximou com aquele cheiro devastador e do seu jeito colocou a mão em meu queixo e desenhou um coração. Engoli seco porque os dedos suaves dela escorregando em minha barba mal feita fizeram-me estremecer.
Afinal eu a conhecia há tempos e só agora percebia sua sensualidade.

Meu cérebro continuava falando mesmo que eu permanecesse estático.
“ - touch me...”…” touch me...”

Imaginei-a descendo as mãos pela camisa e tocando meu peito, repuxando meus pelos e como já estava arfante me enrijeci de puro medo. Entretanto isto me fez perceber que rolava sensualidade na “brincadeira” inocente. Bel não desenhara por desenhar. Ela provocava...
Com a libido acesa, resolvi separar ( na minha cabeça) a mulher, da amiga. Me virei em sua direção e com a boca entreaberta me aproximei de seus lábios.
Assim começou nossa história.
Praticamos `àquilo que denomino: um diálogo de línguas e lábios entrelaçados. Bel entreabriu seus lábios, chupou a ponta de minha língua com leves mordidinhas enlouquecedoras, nossa! Estremeci.
Em alguma casa, ali perto daquela rua normalmente silenciosa ouvimos um som gostoso e fomos presenteados com Still Got The Blues..
Cheguei em seu ouvido e disse:” – É nossa”!
Esta simples frase fez com que Bel vibrasse de cima à baixo.

Que loucuraaa! Estiquei meus braços e a envolvi, tateando seu corpo, passei pelo elástico da calcinha e penetrei meus dedos, sentindo-a úmida. Já de pé apertei-a contra a parede e encostei-me. Com a outra mão apalpei seus seios que estavam deliciosamente intumescidos Eu estava com o pênis totalmente rijo num tesão absoluto.

Aspirei fundo a nuca deliciosa de Bel, era um misto de sabonete e jasmim. Assim senti, porque sinto diferente dos demais...Havia um quê de luar performático naquela nuca desenhada por uma estrela ( tatoo).
Pensei: “- Agora ferrou! Esta mistura de idiossincrasia que habita minha verve começou a agir”. Eu me conheço bem.
Neste instante quase deixei de ser meu e senti-a inteiramente minha. Minha pele ofegante estava inteiramente possuída pela sensualidade do ato. Abri o fecho da calça e deixei que escorregassem pela perna. Deitamos no tapete da sala e nossos cabelos se embolavam, possuídos que estávamos, quase não falamos, mas também para quê? Vivemos aquele instante como um átomo que se liberta no espaço.

Rolamos e nos esfregamos no chão, o tesão era intenso e sentíamos naquela noite de verão proeminente o vento penetrar o ambiente nos trazendo novamente a música...
Still Got The Blues” “- É nossa, não é?”Disse Bel em meu ouvido.
Neste momento meu falo ardia inteiramente duro. Encostei levemente a mão em sua vulva e percebi que latejava.
Bel se vira, encosta-se em meu corpo que exala fogo e fome. Rapidamente tira meu membro para fora e se ajoelha, os olhos são de gata no cio, ela o pega e passa em seus lábios, provocando-me. Ela percebe-me possuído. Agarro seus cabelos com força, necessito usufruir cada segundo sem que a força da racionalidade impeça.

Pensei: “ - Sou animal, bicho, sentidos e prazer, sou tudo que quiseres porque a fome que me penetra esta em tuas mãos.”
Este foi o último pensamento que riscou meu cérebro antes de completarmos o ato.


>
Uma parceria de
Thiers Rimbaud & Simone Rocha